Archive for 2013

I Encontro Coração Novo para um Mundo Novo: Evangelização na Vida Pública







Encontro Coração Novo para um Mundo Novo: Evangelização na Vida Pública

Todos nós sabemos que a crise da humanidade contemporânea não é superficial, mas profunda. Por isso, enquanto exorta a ter a coragem de ir contra a corrente, de se converter dos ídolos para o único Deus verdadeiro, a nova evangelização não pode deixar de recorrer à linguagem da misericórdia. [...] A Igreja é enviada a despertar esta esperança em toda a parte, de maneira especial onde ela está asfixiada por condições existenciais difíceis, às vezes desumanas, onde a esperança não respira, onde sufoca.
É necessário o oxigênio do Evangelho, do sopro do Espírito de Cristo Ressuscitado, que volta a acendê-la nos corações. A Igreja é a casa cujas portas estão sempre abertas, não somente para que cada um possa encontrar acolhimento no seu interior e aí respirar o amor e a esperança, mas também a fim de que possamos sair para levar este amor e esta esperança.
Papa Francisco, aos participantes na Plenária do
Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (14/10/2013)

No dia 07 de dezembro será realizado na PUC-SP o “Encontro Coração Novo para um Mundo Novo: Evangelização na Vida Pública”, um momento de reflexão e diálogo sobre a relação entre a nova evangelização e a participação na vida pública, voltado a membros de novas comunidades, movimentos eclesiais e todos os interessados no tema.
O documento de Lineamenta para a XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização apresenta a nova evangelização como “uma atitude, um estilo audaz”, “uma capacidade de saber ler e decifrar os novos cenários [...] sociais, culturais, econômicos, políticos, religiosos”. Por isso, a vida pública é o espaço por excelência da nova evangelização.
Partindo desse ponto, o Encontro quer promover a reflexão sobre como – a partir do carisma eclesial e da realidade social que cada um vive – participar juntos, em comunhão, e de forma efetiva no processo de evangelização de nossa sociedade. Quer ser um espaço onde podemos nos ajudar a responder juntos a perguntas como: O que o meu carisma tem a oferecer ao mundo? E ao desenvolvimento de nosso país? E de nossa cidade? Somente uma participação na vida pública que passe pelo mistério do coração é capaz de causar o impacto que queremos e gerar um mundo novo.
Este evento está sendo organizado pelo “Grupo Coração Novo para um Mundo Novo”, composto por cinco novas comunidades e movimentos (Comunidade Aliança de Cristo Rei; Comunidade Aliança de Misericórdia; Comunidade Betel Santa Mãe de Deus; Comunidade Totus Mariae e Missão Veritatis Mater) e conta com o apoio do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP e da Associação para a Nova Evangelização (ANEV) da Arquidiocese de São Paulo, associação formada igualmente por novas comunidades e movimentos.

Data e local:
07 de dezembro de 2013, Sábado, das 9h às 19h
PUC-SP, campus Perdizes, Edifício Bandeira de Melo - Auditório 239


Contatos:
Marcos Gregório Borges, fone (11) 99244-7562, e-mail
marcosphn_borges@msn.com
Claudia Marcello Sant’Anna, fone (11) 3670-8486, e-mail
fecultura@pucsp.br



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MÁRTIRES DA NOVA EVANGELIZAÇÃO - HAITI - PE GIANPETRO



Queridos amigos, compartilho um pedido de oração do Pe Gianpetro, da Missão Belém que está a serviço da Igreja Católica no Brasil no Haiti. 

OS MÁRTIRES DA NOVA EVANGELIZAÇÃO

Um grande milagre está acontecendo na nossa Missão do Haiti: a evangelização do Jé-Shuá chegou aos jovens e o anuncio do Evangelho está revolucionando a vida deles. Depois de 3 Jé-Shuá, somente, cerca de 60 jovens, que nunca participaram da Igreja, se tornaram ativos e presentes diariamente no nosso Centro. É impressionante: todo dia, muitos deles vem fazer o “Diário espiritual”, de manhã, junto a nós e de noite voltam, para orar e louvar ou fazer missão junto aos missionários, dançando e cantando, testemunhando com coragem.

A “revolução” é tão forte e visível que até os “delinquentes” da região de Warf Jeremie perceberam que algo está acontecendo. Surpresos pelo grande movimento dos jovens, em sua mente obcecada pelo dinheiro, pensaram que os nossos jovens estavam recebendo muito dinheiro para anunciar Jesus com tanto entusiasmo e iniciaram a ameaça-los dizendo: “Ou vocês nos dão o dinheiro que recebem ou vamos acabar com sua vida!”

Os jovens sabem muito bem que essas ameaças podem se tornar realidade muito rapidamente: a morte violenta persegue a nossa Missão. Nesse ano, quase 30 pessoas foram mortas, cortadas em pedaços, queimadas e jogadas no oceano com barbara violência. Mas isso não foi suficiente para desanimar os nossos jovens que continuaram a participar com assiduidade. 11 deles foram explicitamente ameaçados de morte. Por isso pedimos oração a todos vocês. O momento é critico, mas sabemos que Deus não nos abandona. Esse jovens, estão prontos a dar sua vida por Jesus, que acabaram de conhecer e continuam vindo na Missão e fazendo Jé-Shuá.

A Fé custa sangue. Além dos bandidos, também os parentes se colocam contra. Um dos nossos jovens vivia junto a uma pessoa protestante. Vendo a mudança dele, essa o expulsou de casa e o jogou na rua, dizendo: “Protestante não se mistura com católico, vai embora!”. Mesmo com tudo isso, esse jovem agradecia a Deus por ter mudado sua vida não deixou uma vez de vir no centro e sair com os missionários para fazer evangelização.

Pedimos à Missão Belém inteira, de orar para esses irmãos que acabaram de conhecer Jesus e estão dispostos a dar sua vida por Ele.
(Missão Belém – Haiti 20 outubro 2013)

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TEDx no Vaticano - Astrônomo da Nasa e jesuíta fala sobre a relação entre fé e ciência

Em abril o Vaticano organizou um dos eventos da série TEDx - para quem não conhece, basta dar uma olhada (1) . Trata-se de uma série de eventos realizados no mundo inteiro com personalidades que vão de Bill Clinton a Gloria Stefan, falando sobre temas de vanguarda como empreendedorismo e desenvolvimento. Os eventos se definem como ideas that worth spreading. Realizado na Via della Conciliazione foi promovido pelo Pátio dos Gentios e o Pontifício Conselho para a Cultura numa iniciativa de diálogo com a sociedade por parte do Vaticano e teve como tema liberdade religiosa. A apresentação do jesuíta Guy Consolmagno é imperdível (em inglês) e serve de referência de como se pode tocar com simplicidade e leveza temas difíceis como a relação entre fé e ciência. Imperdível.



(1) http://www.tedxsaopaulo.com.br/

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O insuportável humanismo de Bento XVI

Reproduzo abaixo excelente texto do Prof. Francisco Borba Ribeiro da PUC-SP publicado em  

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro do conselho editorial da versão brasileira da revista Communio
Em 1944, Henri de Lubac, um dos intelectuais que, juntamente com o jovem Ratzinger, fundou a revista internacional Communio, escreveu O drama do humanismo ateu. Sua tese era de que o humanismo moderno, perdendo a referência em Deus e no seu amor, é incapaz de realizar a pessoa, levando à dramática desumanização da sociedade contemporânea. Além disso, o livro procurava valorizar as críticas que Feuerbach, Marx e Nietzsche, entre outros, faziam ao Cristianismo – mostrando que muitas delas eram válidas, porém se referiam a um Cristianismo descaracterizado, que perdera seu élan vital.
A trajetória do teólogo Rat­­zinger, papa Bento XVI, pode ser lida como um diálogo entre os fundamentos do Cristianismo e esse humanismo em crise, que ao longo da modernidade parece ir vencendo todas as batalhas que luta (direitos humanos, democracia, igualdade, liberdades individuais etc.), mas estar perdendo a guerra da construção de uma humanidade mais feliz. Mas peço atenção: as bases da postura de Ratzinger não são os “valores da tradição”, como muitos dizem, mas sim os “fundamentos da tradição”. Ele tem claro que os valores morais e sociais, privados de seu fundamento original, se tornam normas vazias que mais oprimem que valorizam a pessoa; por isso sua batalha não é pela defesa de valores esclerosados, mas por uma renovação a partir da crença de que na raiz de qualquer valor realmente humanizador está o reconhecimento do amor de Deus.
Então Bento XVI não foi um tradicionalista? Sem dúvida não; seu pretenso “moralismo” e “reacionarismo” é uma construção midiática, que não se sustenta em uma análise de seus escritos ou do conjunto de suas atitudes no papado. Um conservador? Se olharmos para o valor que dá à tradição da Igreja, sim. Mas quem ler Caritas in veritate, sua grande encíclica social, encontrará uma obra sintonizada com as demandas sociais da chamada “ala progressista” da Igreja. Dentro desse universo de caracterizações esquemáticas, talvez a melhor para ele seja a de “pós-moderno”.
As imagens mais frequentes que se tem das mudanças pelas quais a Igreja devia passar a partir do Concílio Vaticano II nasceram dos ideais da modernidade da metade do século 20, que já enfrentava a crise que gerou esse processo ambíguo e complexo que chamamos pós-modernidade. Bento XVI é o papa pós-moderno por excelência, que não procura criar uma Igreja que se molda aos valores da modernidade, mas que responde à destruição destes valores – realizada pelo próprio pensamento crítico moderno.
Em oposição aos pensadores ateus estudados por De Lubac, que construíram a grandeza e o drama do pensamento moderno, Bento XVI pode ser compreendido como um humanista religioso, que acredita que a ligação do ser humano com Deus é o vínculo de amor que é a condição necessária para encontrarmos nossa felicidade e realização. Porém, esse humanismo, nascido de um gesto de amor gratuito e de uma esperança sem limites, é quase insuportável para a cultura contemporânea. Corresponde de tal forma ao desejo mais profundo de cada um que chegamos a ter medo... Medo de nos entregarmos a essa promessa e descobrirmos depois que se trata de mais uma ilusão.
Quem não quer receber um amor que não pede nada em troca? Quem não quer ver a si próprio e a todos os que ama livres da sombra da morte? Quem não gostaria de saber que todas as vítimas de Auschwitz encontraram a paz e a justiça, que o mal que se abateu sobre elas não foi a última palavra? De saber que o futuro dos jovens mortos no incêndio da boate de Santa Maria não terminou abruptamente no horror, mas, pelo contrário, apenas se abriu, naquela noite fatídica, para a eternidade? O que uma jovem pobre, carregando dentro de si uma gravidez indesejada, prefere: poder tirar o filho que carrega em seu ventre, admitindo a desgraça e/ou o erro do que lhe aconteceu, ou ter a certeza de um amor que lhe permitirá ter esse filho e se realizar na vida, juntamente com essa criança, transformando a tragédia em esperança? O que corresponde mais ao desejo do sábio: descobrir com sua razão que a realidade é uma rede de causas e efeitos em última análise aleatórios, ou descobrir em cada fenômeno a beleza de um amor oculto, mas infinito?
Insuportável esperança, que parece negar a evidência de que nascemos marcados pela desgraça. Se acreditarmos nela, será muito mais doloroso voltarmos à desilusão da descrença, voltar a viver “sentados à sombra da morte”, inseguros em relação a cada afeto, sabendo que nenhum amor é para sempre! São essa esperança e a experiência de um amor impensável, mas realizado, que constroem o humanismo cristão proposto por Bento XVI. Ainda é cedo para uma avaliação adequada de seu papado, mas é inegável que ele, como poucos, recolocou o humanismo cristão na agenda cultural da sociedade contemporânea; que em seu papado o mistério de Deus se tornou provocação e escândalo para um mundo fechado em si mesmo.

O texto dispensa comentários. Diria apenas que como é triste ver tantas pessoas, mesmo dentro da Igreja, "católicos praticantes" que simplesmente são infelizes, ou meio infelizes (o que é bem diferente de ser "meio feliz",rs)  porque não acreditam na possibilidade de serem felizes! Mas o que seria "praticante'? Penso que praticante seria quem tem o firme propósito de amar, ou ao menos tentar com todas as forças, como Jesus amou. Quantos seriam os praticantes a partir deste critério?  Dizem que acreditam em Deus, mas não acreditam no perdão! Dizem que acreditam em Deus mas não acreditam na fidelidade! Dizem que acreditam em Deus mas não acreditam em um amor puro, sólido e fiel que vive para sempre! Nas Missas, nos encontros e nas celebrações são lágrimas, consolações, sentimentos, grandes argumentos filosóficos, mas aqui, dentro de casa, no trabalho, a coisa é diferente, aqui é o mundo real. Não!!!É preciso crer e viver pelo que se crê. Para ser feliz é preciso fazer força, toda força possível, afinal isto vale a nossa vida! Ninguém disse que é fácil, mas digo que vale a pena. E que sim, é possível. Com Deus.



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Igreja Católica, o Papa, a Páscoa e os Cristãos


Esta Páscoa e a unidade dos cristãos



Este ano a Quaresma começou mais cedo para os católicos. Passaremos parte dela em sede vacante, sem nosso pastor maior, no escuro da Quaresma à espera da Ressurreição do Senhor. Este é um período muito singular e que convida à profunda oração todos os cristãos.

Chiara Lubich dizia que a santidade é a capacidade de conciliar virtudes opostas. Eu vi homens extremamente firmes terem os maiores gestos de ternura, vi homens inteligentíssimos dizerem que não sabem e agora me surpreendo novamente, vendo um homem de uma tenacidade inacreditável reconhecer, humildemente, que lhe faltam as forças.

Sem dúvida que os sentimentos ainda são confusos neste momento e é necessário dar tempo ao tempo, mas é sem dúvida um ato de coragem. A história nos dirá qual foi o sacrifício feito pelo Papa.

Podemos pensar se Bento XVI não dá assim sequencia ao que João Paulo I iniciou ao aposentar a tiara pontifícia, sinal do poder papal e sinal também de contenda entre os cristãos, explicitando desta forma a essência do ministério petrino: o serviço à unidade da Igreja. A Cátedra de Pedro deve confirmar os irmãos na fé e guardá-los na unidade, e quão bem fez isto Bento XVI!

Num tempo em que muitos querem levar o pecado para o seio da Igreja, ele lembrou que Nosso Senhor morreu para nos livrar de nossos pecados, não para diviniza-los. E que só há verdadeira liberdade na verdade. A verdade nos libertará.

Soube conduzir para o coração da Igreja grupos proscritos desde o Concílio por conta de suas visões tidas como tradicionalistas pelos opositores ao mesmo tempo em que manteve e aprofundou as resoluções do Concílio Vaticano II dando-lhes um sadio direcionamento, mantendo diálogo fraterno com toda a Igreja. Soube aprofundar o mistério da Igreja sobre si mesma e ao mesmo tempo abrir seu coração para todos os que professam a fé em Cristo.

Que contradição aparente! É surpreendente que um Papa que prezou tanto pela ortodoxia, seja ao mesmo tempo um dos que mais contribuiu para a unidade dos cristãos (1).

Esta Páscoa será ainda marcada por outro fato extraordinário: este ano católicos e ortodoxos celebrarão a Páscoa no mesmo dia. Está em processo de autorização pela Santa Sé que este ano os católicos da Terra Santa celebrem a Páscoa na mesma data em que os ortodoxos (2).

Talvez muitas pessoas não percebam a importância deste gesto. Os católicos celebram a Páscoa em datas diferentes, que às vezes coincidem, desde 1582(3). Neste ano foi introduzido, por conta dos estudos astronômicos da época, o calendário gregoriano, que é o que utilizamos até hoje, na parte ocidental do mundo. Católicos e ortodoxos haviam se separado em 1054, assim a alteração da forma como se calcula a data da Páscoa acabou ocorrendo apenas na Igreja Católica Romana.

Para se ter  ideia da importância de se celebrar juntos a Festa da Páscoa, a maior dos Cristãos, é interessante conhecer Myrna Nazour, católica síria, casada com um católico ortodoxo, que tem feito um importante trabalho neste sentido(4).

Desde 1984 uma série de eventos marcou profundamente a vida de Myrna e de sua família. Naquele ano, o quadro que ela possuía em casa de Nossa Senhora de Kazan, uma devoção russa, e, portanto, da Igreja Católica Oriental ou Ortodoxa, começou a exsudar óleo e algumas pessoas enfermas obtiveram a cura depois de rezarem diante da imagem ou untarem-se com o óleo.

A casa de Myrna, uma família comum de pessoas até então pouco fervorosas na fé, se tornou então um centro de peregrinação e a imagem passou começou a ser conhecida como Nossa Senhora de Soufanieh, o bairro em que Myrna mora em Damasco. Dos diversos fenômenos que passaram a ocorrer desde então, destacam-se aparições da Virgem em que lhe pede, e pede a nós, a unidade da Festa da Páscoa. Em alguns dos anos em que a data da Festa coincidiu para católicos e ortodoxos ela foi agraciada com o dom dos estigmas.

Não há como sermos verdadeiramente cristãos e não nos entristecermos com a desunião entre nós e mesmo dentro das Igrejas. É profundamente enternecedor saber que Jesus quando já caminhava para sua morte pediu ao Pai exatamente nessa intenção: “que eles sejam um, assim como somos um, para que o mundo creia”(5). Será que Ele já pedia pelas dificuldades que enfrentaríamos ao longo da história?

E mais ainda, não pedia Ele por algo que não podemos alcançar por nós mesmos, mas que somente o Pai pode realizar?

Nesta Páscoa que será, com a Graça de Deus, celebrada em comum entre católicos e ortodoxos e ainda no conclave que se aproxima (6), temos novamente um chamado à unidade. Dentro da Igreja e entre os cristãos. É hora de abandonar as armas do pensamento superficial e das palavras vulgares e nos voltarmos humildemente para o próprio coração, assumir nossa condição de pecadores e pedirmos perdão. E nos colocarmos a serviço, não de nossos próprios caprichos, não dos nossos pecados e fraquezas, mas de Cristo e de sua Igreja.

E há grandes sinais de esperança. O dia da separação entre os católicos e os ortodoxos, 16 de julho, é o mesmo da Festa de Nossa Senhora do Carmo, festa de uma ordem religiosa que nasceu no oriente, na comunidade fundada pelo profeta Elias, e depois veio para o ocidente.

Maria já quis deixar seu selo, talvez afirmando que a vitória já foi conquistada, só nos é necessário seguir confiantes.

Há ainda experiências belíssimas como a Comunidade de Taizé (7), uma das maiores alegrias de minha adolescência. Em 2017 se celebrarão ainda os 500 anos da Reforma Protestante e será mais um tempo oportuno para refletirmos sobre a unidade da Igreja. O presidente da Federação Mundial das Igrejas Luteranas propôs à Igreja Católica um acordo sobre hospitalidade eucarística, como parte das celebrações de 2017(8).

A hospitalidade eucarística significa que católicos poderiam comungar em igrejas luteranas e vice-versa. Embora haja ainda inúmeros pontos teológicos para serem esclarecidos e este seja o começo de um longo diálogo, o gesto é sem dúvida animador.

Um dos grandes legados de Bento XVI é sabermos que a unidade entre os cristãos, a unidade dentro da Igreja e mesmo a unidade dentro do coração de cada homem e mulher é fruto não de acordos políticos ou de grandes ideologias, mas do mergulho na verdade que permeia e transcende todos nós, no encontro com Deus, verdade plena, alma de minha alma, diria Santo Agostinho.

Mas devemos olhar com coragem para a clareza dessa luz, encarando também nossas realidades mais sombrias, como o pecado e a dúvida, pois do contrário, não seria uma legitima busca da verdade, mas mero sentimentalismo e auto justificação.

Quanto mais nos aproximarmos de Cristo, mais nos aproximaremos entre nós. Quanto mais mergulharmos no conhecimento da Igreja, do qual todos os cristãos são herdeiros legítimos, aquela que precedeu a época das guerras e das desuniões, tanto mais todos nós estaremos unidos, ao redor da mesma mesa. E felizes.

E descobriremos, com o coração leve, que nunca deixamos, e nunca deixaremos, de ser uma só família.


(1)    Em que pesem considerações sobre a interpretação do Vaticano II na reportagem do Estadão, a respeito da relação de Bento XVI com o movimento ecumênico, temos:
(3)    Sobre a compreensão Ortodoxa a respeito da data da Páscoa
(4)    O site é de qualidade ruim, provavelmente por conta dos poucos recursos e falta de conhecimento sobre internet por parte de Myrna, peço que se dediquem a ler apenas seu conteúdo:
(5)    Jo 17,21
(6)    Bento XVI apenas anunciou sua abdicação, é improvável que não o faça, mas cabe aqui uma ressalva para a eventualidade de mudar sua posição.
(8) http://www.patheos.com/blogs/deaconsbench/2010/12/lutheran-leader-hopes-for-eucharistic-hospitality-with-catholics/

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