Carta Capital e Arautos

Mais uma calúnia deles, mais uma espadada nossa





Sempre achei muito interessantes os textos da Carta Capital. Não se pode dizer que sejam mal escritos (ou não eram pelo menos, mas do jeito como anda o mundo, já não se fazem militantes de esquerda como antigamente...). Li a revista muitas vezes, como uma especialista em meia-verdade, mas a parte da meia-verdade deles (que é mentira) não deixava de ser interessante. 

Essa última reportagem não deixa de ser curiosa. Acusam os Arautos de finalmente assumirem seu apoio ao Bolsonaro como uma estratégia de se defender dos grandes grupos de mídia que se alinham à esquerda, tentando um futuro governo como estratégia desesperada de obter recursos por meio de propaganda de estatais e que por isso atacam os grupos conservadores, seus potenciais rivais...A revista dá a entender que esta é uma narrativa criada pelos Arautos. 

Bem, mas quando a Carta Capital afirma que os Arautos é aliada do Bolsonaro e é um grupo conservador que deve ser atacado...ela não faz exatamente isso? 

E...Carta Capital fazendo eco à reportagem da Globo? A TV da ditadura e etc...já não se fazem militantes de esquerda como antigamente...

Parece que a equipe de reportagem da TV Arautos é melhor que a da Carta Capital.

Entretanto, o ataque não é aí. O ataque está na foto das "relíquias" de Mons. João, deixada despreocupadamente no começo da reportagem (e aliás não tem nada a ver com a reportagem, o que deixa claro ter sido colocada de forma ofensiva) como tentativa de reforçar a narrativa difamatória, caluniosa e de baixa qualidade intelectual de que somos um grupo fanático, radical, inimigo do bom senso e etc...

Pois então, mostremos o bom senso da prática. São Bernardo de Claraval deixava que sua túnica fosse cortada, em vida, e levada pelos fieis. Uma certa santa bebia a água em que as freiras do convento lavavam seus pés em sinal de veneração às religiosas e Santa Teresinha sugeria que guardassem as unhas que cortava, porque um dia as pessoas as considerariam importantes. 

E o São Pe Pio, sempre bem humorado, dizia que se sentia muito protegido, porque tinha uma foto do Padre Pio sempre com ele. rs.

São João Bosco, os doentes deixados para que a sombra de São Pedro os tocasse como narra os Atos dos Apóstolos...e poderíamos buscar ainda muitos outros exemplos. 

Mas um ateu poderia argumentar que ao invés de ajudar os Arautos, esses argumentos apenas demonstrariam a irrazoabilidade de toda a Igreja Católica. A isso poderíamos responder que ele (ou ela, para não deixarmos de ser inclusivos) não entendeu duas ideias centrais para a fé cristã: a humildade e a dignidade do corpo humano. 

A humildade é a verdade, diz Santa Teresa. O humilde não se faz inferior ao que realmente é, mas apenas reconhece o que lhe é superior. Ele não se faz menor, ele admira o que é maior. E se alguém nos ensinou algo fundamental para nossa vida, se recebemos por meio de alguém tantas coisas que jamais receberíamos de outro modo, este alguém é digno de honra e homenagem. 

Já o orgulhoso não reconhece o fato mais essencial de que não consegue fazer nada sozinho, fica a vida inteira imaginando pontos em que supostamente é melhor que os demais, provas da sua autossuficiência e histórias alternativas (narrativas criadas para si mesmo) que mostram como poderia ter feito tudo sozinho. E não sabe sequer plantar um pé de alface.

Somos templos do Espírito Santo, diz  São Paulo. E se pelo nosso corpo exercemos o bem, se por ele passou a ação de Deus, se torna além de templo, um templo purificado. E digno de honra e homenagem. E se tocou, por assim dizer, o Divino, se torna divinizado, como um tecido em que caíram algumas gotas de ouro, que não vale por si, mas pelas gotas que o tocaram. 

Diz o Evangelho que até os cabelos de nossa cabeça estão contados, isto não é apenas uma força de expressão. Se vivermos como devemos viver, não serão apenas as relíquias de alguns homens e mulheres santos que teremos, mas de uma multidão de cristãos. 

Cada um na sua ordem. E com a sua devida homenagem. 






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